
(Foto: Jornal Folha da Cidade)
Eles são uma flor e além disso tem insetos mortos dentro 😮
O primeiro dado é que tecnicamente não são um fruto, mas sim uma infrutescência (um conjunto de frutos). E o segundo é que eles precisam de um insecto para se reproduzir que acaba morrendo dentro dele.
Em palavras simples, os figos são uma espécie de flores invertidas que florescem dentro dessa grande bainha escura com tons avermelhados que conhecemos como figo. Cada flor produz um único fruto de casca dura e uma única semente chamada “aquenio”.
O figo é formado por múltiplos aquênios que lhe dão essa textura crocante tão característica. Então, quando comemos um figo, estamos comendo centenas de frutos.
Mas o mais surpreendente é o processo de polinização especial que as flores do figo precisam para se reproduzir. Elas precisam de uma espécie conhecida como vespas dos figos. Estes insectos transportam o seu material genético e permitem a sua reprodução. Por sua vez, as vespas não poderiam viver sem os figos, porque depositam as suas larvas no interior da fruta. Esta relação é conhecida como simbiose ou mutualismo.
A vespa fêmea entra no figo masculino, para pôr ovos. O figo macho tem uma forma especial de abrigar os ovos da vespa dentro de si. O incrível é que enquanto se introduz no figo, a vespa geralmente perde as asas e antenas, então não tem como sair e morrerá.
É por isso que as crias vão continuar o ciclo. As crias de vespa macho nascem sem asas, pois sua única função é procriar com as crias de vespa fêmea, tecnicamente com as irmãs, e fazer um túnel para sair do figo. Finalmente as crias fêmeas saem do figo levando consigo o pólen para continuar este ciclo em uma nova figueira.
Se uma vespa entra acidentalmente em um figo feminino, como os que comemos, não tem espaço para se reproduzir dentro dela e como não poderá sair, morrerá lá dentro. Uma consequência trágica, mas necessária, porque assim se transporta o pólen.
Os corpos das vespas decompõem-se dentro do figo graças ao trabalho de uma enzima do fruto chamada ficina que transforma o inseto em proteína.