
(Foto: Jornal Folha da Cidade)
Aliados e adversários do presidente Bolsonaro acompanham com atenção os desdobramentos ao longo desta terça-feira da troca de comando no ministério da Defesa, efetuada ontem pelo presidente Bolsonaro. Diluída no âmbito de uma mini-reforma ministerial, a mudança hoje é vista como a mais importante das alterações no primeiro escalão por potencialmente representar uma demonstração de forças do presidente, diante de sua crescente dependência de aliados no Congresso.
A eventual troca do comandante do Exército, general Pujol, considerado “neutro”, por nome mais alinhado com o Planalto será a sinalização mais preocupante. Até o momento, o ministro que sai, Fernando Azevedo, era visto como anteparo eficiente à politização dos militares da ativa, inclusive com pontuais manifestações públicas de reforço a posições do presidente, como chegou a ser feito pelo general Villas Boas. Tal postura, no entanto, não conta com o apoio entre os atuais comandantes das três forças.
O ministro que assume, general Braga Netto, egresso da Casa Civil – o ministério palaciano por excelência - é visto como militar com “vínculo umbilical” às posições de Bolsonaro. Entre políticos, a expectativa é de tensão na esfera militar pelos próximos dias, que marcarão eventuais mudanças na inflexão da tropa ou resistência aos projetos presidenciais.